29 de maio de 2014

Corrida

Manhã fria,
inverno como um almoço
sem conversa,
irrompeu em angústia
dantes, anunciada.


Acordei-te com um beijo em pétala de flor,
fazendo sonho meu
cantar nas cordas
do violão empoeirado.


Dos seus olhos ressentidos
pela claridade do dia,
mandei-te até a janela,
e pedi que olhasse o céu!


Como Cartola fez,
certa vez comigo,
embrenhei-te numa corrida pela cidade:
Olhe o céu, amor!


Teu sorriso rasgou-te a face,
corrompeu meu coração.


Mesmo de dia,
eu via estrelas naquele céu.




Natalia Iorio

Rio, maio de 2014.

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