31 de agosto de 2012

noite da lua


o moreno meio branquinho
sentou-se no banquinho
e com a sua melodia
pôs-se a cantar para a rua


e se a rua fosse feita de lua
certamente os lábios de sua
menina trovaria uma rima
sem tino nem tinta.


abotoou um sorriso em seu chapéu
rodopiou um sereno entoar
cantou na noite crua
enquanto a lua escurecia no céu


e sua menina agarrou o seu pescoço
mostrou seu bronzeado
numa deixa caída de seu ombro
fazendo o raiar da madrugada surgir em seu sorriso.




NathalyaG – 30/08/2012 – 21:56


28 de agosto de 2012

do alto do mundo



da janela de onde não sinto o frio,
a noite esconde o rato envenenado,
a moeda perdida no bueiro,
a serpente de conversas na calçada.
do alto do céu qualquer repente é evidente,
qualquer tristeza é simplificada
e o amor é tudo aquilo que passa.


desse alpendre de cinza existir,
eu finjo em ver nuvens que escoam um sol dourado,
a moça pálida que sorri ao caminhar,
a borboleta transparente de luz.
do alto do mundo
nenhum pássaro solitário será percebido,
a água cairá sem que seja tempestade
e tudo aquilo será, apenas, um somente.



NathalyaG – 27/08/2012 – 19:45