Manhã fria,
inverno como um almoço
sem conversa,
irrompeu em angústia
dantes, anunciada.
Acordei-te com um beijo em pétala de flor,
fazendo sonho meu
cantar nas cordas
do violão empoeirado.
Dos seus olhos ressentidos
pela claridade do dia,
mandei-te até a janela,
e pedi que olhasse o céu!
Como Cartola fez,
certa vez comigo,
embrenhei-te numa corrida pela cidade:
Olhe o céu, amor!
Teu sorriso rasgou-te a face,
corrompeu meu coração.
Mesmo de dia,
eu via estrelas naquele céu.
Natalia Iorio
Rio, maio de 2014.