As luzes se apagam,
Os postes ainda guardam
O laranja em suas
Lâmpadas.
A palavra para,
Repentina,
No susto.
escuro.
A democracia dorme
Na boca do sapo costurada
E visita, em sonhos,
Os velhos filósofos.
apagar.
Minha retina queima
Com o gás da polícia,
Minha voz é sufocada
No saco plástico
E meu medo vira espelho
Do meu próprio assombro.
Morreu o príncipe
E sua República.
Sobrevive a luz da
Rua,
Reticente,
Imutável,
Feito pessoa
Em devir.
Sobrevive a palavra
E a mente.
Sobrevive essa escuridão
E o presente.
o logo depois
é feito,
finalmente.
Natalia Iorio
Niterói, julho de 2014.