10 de novembro de 2011

A morte enlouquecida

Talvez a morte e o morrer sejam o fim da linha da loucura. A interrupção do ato de enlouquecer. O espaço atemporal de onde emerge a loucura em estado bruto, a loucura em seu mais primoroso fulgor.

Talvez o que procuramos enquanto vivemos seja o enlouquecimento em seu grau “puro”. Somos invadidos por angustias e aflições por não conseguirmos enlouquecer plenamente, pelo simples fato de termos que recorrer e mergulhar cotidianamente na tal da realidade.

Quando os milhares de homens e mulheres se jogam nas valas, pulam sobre os trilhos eletrizados dos trens, cortam a pele de seus pulsos, respiram os gases do forno da cozinha, esses suicidas, não carregam a loucura em seus olhos, mas a procuram na morte. No fim da linha, morrem em busca da loucura eterna, matam a realidade, a vida de viver.

A constante busca do não lugar e do enlouquecimento as faz procurar mais uma vez, o ato de se perder, um lugar sem volta e sem tempo em que a loucura sã reine como a normalidade e a paz do sempre.

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