1 de setembro de 2013

Barra Funda

A lua resplandecia
por detrás dos
edifícios.


Algumas luzes dos faróis,
desajeitadas, ofuscavam os olhos
de quem caminhasse pela calçada quebrada.


Árvores turvas e nuas
espiavam o contraste
dos namorados na janela.


Um garoto beijou
seu cachorro
de coleira curta.


O trem insinuante,
zumbiu em silêncio
na linha férrea.



Tudo foi pouco
visto pelos passos apressados
duma sombra.


Já era muito
o pensamento que pendia
na rua como uma flor.


Diluiu a noite quente
como um enfeite
de breu.



Era, enfim,
uma madrugada
clara.




Natalia Iorio

Brás, 30 de agosto de 2013.

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