23 de junho de 2014

Presente

E foi noite
de lembrança de criança,
de ver estrela no céu,
comer arroz doce de vó,
suspirar.


Foi madrugada escura,
de aparecer coração de Escorpião
na abobada celeste
e fim de Cruzeiro do Sul.


Foi breu
na ponta do coqueiro,
no canto do morcego
e no barulho do mato.


Foi de um futuro meio passado,
feito anzol de pescador
e baralho de vidente.


Foi-se
uma noite fria.



Natalia Iorio

Franca, junho de 2014.

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