12 de junho de 2012

Um viver


Não haveria poesia se os tormentos da madrugada
Não me afligisse,
Não existiria soneto perfeito se música intocável da alma
Não fosse tocada,
Não teria de aparecer um verso calado se toda a voz de mim
Não fosse dita.


Não poderia recitar estrofes do sofrer de amar
Se todas as flores do silêncio teu se sepultassem,
Não haveria morte cotidiana
Se todas as cenas do dia não fossem narradas,
Não andaria corpo meu ao vento da manhã
Se nele não pudesse ouvir o mais solene cântico da humanidade.


Se todas as poesias que escrevi
Não pudessem existir
Eu mesmo não teria forma nem cor.


Se todos os versos meus
Não pudessem exprimir-me em dor de ser-se,
Talvez a vida não se fizesse como é.



NathalyaG – 12/06/2012 – 00:30

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