À Meiri Bertagnon
O tempo que voltou
sem ter voltado.
Voltou naquela foto guardada,
no cheiro parado do armário,
no relógio quebrado do
criado-mudo.
E se o tempo voltou
e voltasse,
voltar a volver
como um lençol estendido
nas camas mornas da manhã,
na porcelana azul-claro da
cozinha,
na chaleira zunindo fina no
domingo.
Mas o tempo não passou,
ficou.
Ficou estampado na parede amarela
e nos sorrisos correndo pela
sala.
Ficou e ficará.
E o tempo sempre passará
como um suco gelado,
um batom vermelho na boca antiga,
uma roupa marcada pela espera.
NathalyaG – 01/06/2012 – 12:33
Lindo!!!!!!
ResponderExcluirAgora entendi!!! E só posso dizer, de novo - lindo!!!!
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