24 de julho de 2010

Espero nessa quietude

Pensei bastante no que poderia escrever para essa semana, mas ela foi tão igual as outras que não tive nenhum surto inspirador para tal coisa. Não digo que foram poucas as notícias pela imprensa, nem de pouca relevância; entretanto, não me vi persuadida, nem revoltada e nem contente com nada em particular.


Poderia escrever sobre as pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano, do possível envolvimento do PT com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), das campanhas de cada candidato à presidência, do rompimento de relações diplomáticas entre a Venezuela e a Colômbia, da aceitação de Mano Menezes para treinar a seleção brasileira, da calamidade climática no sul do país ou sobre o dólar que a cada dia sobe um pouquinho mais. Poderia refletir, também, sobre as várias exposições artísticas que podem ser visitadas em São Paulo, das estreias de filmes no cinema (inclusive o brasileiro O Bem Amado de Guel Arraes) ou dos vários festivais de música, cinema e dança espalhados pelo Brasil. Poderia recorrer aos holofotes sensacionalistas e esmiuçar o caráter humano nos supostos crimes de Eliza Samudio pelo goleiro Bruno e de Mércia pelo seu ex-namorado; escreveria algo sobre como a mídia televisiva lida com a repetição inesgotável das mesmas reportagens e, de como isso poderia ser uma fonte de alienação para a população e não de informação clara e suficiente para o entendimento.


Dentre tantos assuntos, preferi ficar quieta, deixar as coisas acontecerem sem me esgotar escrevendo e escrevendo. Escolhi, desta vez, em ser expectadora do que ter uma ardente crítica.


Continuo em meu silêncio individual, um silêncio que também é meditado e pensado calmamente. Continuo nesse silêncio que todos nós somos envolvidos diariamente, o silêncio de nossos atos e das nossas notícias individuais, o silêncio das novidades de cada um, dos homicídios, genocídios, assassinatos, suicídios, abusos e de todos os tipos de violência que a cada segundo acontecem pelo mundo sem que este tome conhecimento; deixo o silenciar das guerras do Iraque e do Afeganistão, do reconhecimento pela ONU de Kosovo como Estado independente.


Escuto todo esse silêncio ensurdecedor que nada mais é do que a minha vida e o desenrolar da vida de todo um mundo. Sem mais, me deixo levar pelo calar do cotidiano, das vindas e idas, dos acontecimentos ininterruptos, pelas palavras repetidas e pelas nunca ditas, pelas mortes e nascimentos, pelas justiças e injustiças. Apenas deixo... Sem mais...

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