Uma luz cadavérica,
laranja-cidade,
incendiava a rua deserta.
A chuva seca no asfalto
fazia brilhar a escuridão.
E brilhou. No esqueleto de prédios.
como uma abelha,
uma mosca morta,
as casas zuniam embevecidas de sono.
De tanto barulho e luz,
a metrópole, enfim,
adormeceu.
Foram tantos faróis avermelhados,
semáforos que iam e vinham na lentidão do trânsito,
gotas de chuva que transbordavam nos bueiros entupidos,
a cerveja e o churrasquinho no bar da esquina para as bocas esfomeadas
de tanta espera.
Dormiu a São Paulo lotada.
Pegou no sono na hora de sempre.
Deixou a luz laranja de vigília pelas ruas.
Adormeceu.
Seus transeuntes, no entanto,
continuavam em
reticente insônia.
NathalyaG – 27/03/2012 – 23:54
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