11 de março de 2012

Um domingo de França com você

Foi num domingo.

Um claro domingo de março,

Daqueles em que o sol

Entra pelas vidraças das janelas

Empoeiradas e traça

Uma linda silhueta difusa

No chão de madeira.


Era um domingo.

Um domingo de Paulista França.

Por qual motivo seria que minha

Voz ficava tão bonita em francês?

Mais bonita ainda quando tocada em seu antigo rádio

Que ficava numa quadrada cômoda

Ao lado da parede que fugia do sol.


Seria um cálido domingo

De se falar em francês.

Falaria até falar-me para parar com criancices,

Para então, começar a dançar.

Dançaria até arranhar

Todo seu soalho lustroso.


Abraçaria-te com um sorriso

Preso às fitas de cetim em meu cabelo;

Mas você me soltaria embriagado

De aborrecimentos.


Acabaria sentado em seu sofá puído,

Vendo os riscos no chão.

Um chão desbotado pelo sol que se esconde

Com o fim do dia.


Se esconde com a rouquidão

De meu francês

Que tanto cansei de lhe

Cantar.


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