9 de abril de 2012

Lembrança

Eu me encontro

agora

presa ao meu reflexo

da taça límpida,

cheia de conhaque

que cheira doce,

que cheira tempos

passados

demais.


Eu me encontro presa

a silhueta minha projetada

nesse liquido âmbar,

âmbar como sou;

amarelo – castanho

da cor dos meus

cabelos ao sol,

da cor dos meus

sonhos

derretidos.


Encontro-me presa

à quina da mesa que

foi encerada,

com o disco que toca

ao fundo.


Presa e recendida

naquela lagoa quente

de puro prazer epilético,

puro ser

em nada.


Encontro-me

mergulhada

naquilo de outrora,

no calor enfeitiçado

das vigílias;

na promessa de uma

gratidão nunca

requerida.


Eu me prendo

nos olhos tombados,

na vertigem de pálpebras

pesadas.


Evanesço-me

na loucura calma

de saber o que

jamais

será.



NathalyaG – 09-04-2012 – 12:51

Um comentário:

  1. Anos e anos....a cronologia nao alcança.anônimo conhecido

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