Cobri meus olhos com duas fatias de
salaminho.
Redondas toras de salame.
Cobri minha visão com
carne e gordura.
Fumei um cigarro.
Tomei o último gole de vodka.
Rebolei um pouco na taça engordurada.
Não importava.
O álcool continuaria imaculado.
Não havia mais sangue em mim,
estava quente de puro devaneio.
No fim, quando tudo mais termina,
nos sobra a carne.
A carne perfurada de gordura,
um sofá velho
e as luzes dos postes refletidas no soalho
numa madrugada qualquer.
NathalyaG – 31/03/2012 – 22:51
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