1 de abril de 2012

Salame

Cobri meus olhos com duas fatias de

salaminho.

Redondas toras de salame.


Cobri minha visão com

carne e gordura.


Fumei um cigarro.

Tomei o último gole de vodka.

Rebolei um pouco na taça engordurada.

Não importava.

O álcool continuaria imaculado.


Não havia mais sangue em mim,

estava quente de puro devaneio.


No fim, quando tudo mais termina,

nos sobra a carne.

A carne perfurada de gordura,

um sofá velho

e as luzes dos postes refletidas no soalho

numa madrugada qualquer.



NathalyaG – 31/03/2012 – 22:51

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