Morrerei.
Estirada no carpete
empoeirado de casa
enquanto as garrafas de conhaque
continuam
pela metade.
Morrerei.
Com a comida requentada.
Sempre gostei de coisas
requentadas.
Vou morrer.
Como a minha tristeza
marcada nas primeiras páginas
de um livro,
num saco de frutas
que sua ao calor do outono.
Morrerei.
como a rodinha cambeta
da maca do hospital
ou como a agulha arranhada,
não esterilizada.
Ainda não morri.
Preciso amassar a barra da calça
naquele chão úmido de banheiro
público;
arrancar a cutícula
que descolou da unha.
Morrerei no fim,
certa de que seja o fim
certo.
Morrerei
como se morre
de olhos fechados.
NathalyaG – 08/04/2012 – 14:45
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